Brasília – O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou, há pouco, que "não se surpreendeu" com as declarações do presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre a Petrobras, já que é natural haver momentos "de maior tensão e de elevação de tom" em processos de negociação entre diferentes soberanias.
Segundo Tarso, com tais declarações, a intenção do governo boliviano não foi romper as relações com o Brasil. "Isso é uma tradição nas relações internacionais. E não se supõe uma descontinuidade de diálogo, nem de mudança de atitude dos interlocutores. Isso é uma coisa normal", disse o ministro.
Em entrevista hoje (11) aos jornalistas que acompanham, em Viena, a 4ª Cimeira União Européia ? América Latina e Caribe, Morales disse que a Petrobras operou ilegalmente na Bolívia, sem respeitar a legislação local. Na entrevista, Morales também colocou a estatal brasileira sob suspeita de contrabando e sonegação de imposto.
Em conversa com a imprensa, Tarso Genro ressaltou que o assunto Bolívia será discutido na Áustria, entre o presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e outras autoridades. Ele garantiu, no entanto, que, neste caso, os interesses nacionais e os interesses técnicos e econômicos da Petrobras "continuam com o mesmo grau de importância e a mesma solidez" na pauta do governo.
"O Brasil respeita a soberania boliviana e vai tratar a questão da Petrobras de um ponto de vista contratual e do interesse empresarial da estatal".