A alta do dólar deverá impactar o fluxo de caixa das distribuidoras de energia elétrica da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que compram eletricidade gerada por Itaipu Binacional, cotada em cerca de US$ 30 o megawatt/hora (MWh). Conseqüetemente, a ampliação de custos será traduzida em aumento de tarifas na ocasião dos reajustes contratuais, concluiu o diretor da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Luiz Carlos Guimarães. ?Nos últimos anos, a alta do dólar tem sido o grande motivo dos aumentos do valor da energia cobrado do consumidor.?

Segundo ele, as empresas que mais estão sofrendo com a escalada do dólar são aquelas que tiveram reajustes no início do ano, quando a moeda americana estava bem abaixo dos R$ 3,78 verificados ontem. A Cemig, por exemplo, obteve reajuste tarifário em abril, quando o dólar estava na casa de R$ 2,30. A empresa terá de carregar até a data do próximo reajuste todo o valor pago a mais com a alta do dólar. Em compensação, poderá repassar tudo para as tarifas, já que os valores estão sendo contabilizados numa conta gráfica, criada no final de 2001, que registra tanto as altas como as baixas do dólar.

A desvalorização do real também tem sido motivo de atrasos pontuais no pagamento da energia comprada de Itaipu, que é repassada por Furnas. Os vencimentos de Itaipu ocorrem a cada dez dias, sendo o próximo previsto para o dia 30.

As empresas que terão aumento nos meses seguintes serão beneficiadas, pois poderão repassar a alta da moeda americana dos últimos dias. Entre elas Bandeirantes e Piratininga, em São Paulo, cujo reajuste é em outubro.

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