Tarifas de bancos têm alta acima da inflação

As tarifas bancárias continuam a subir. Segundo dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), das 39 tarifas analisadas entre janeiro e setembro deste ano, 36 tiveram alta acima da inflação e apenas três foram reduzidas. Nesse período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que serve de base para os reajustes salariais, subiu apenas 1,16%.

A campeã de aumento entre janeiro e setembro foi a tarifa referente à rescisão contratual (quitação antecipada), cujo preço saltou 61,8%, de R$ 479,35 para R$ 775,61. Em segundo lugar, aparece o cartão múltiplo adicional, que teve alta de 46 73% (R$ 60,80), acompanhado de perto pelo avanço de 31,41% da tarifa de concessão de cheque especial (R$ 63,18).

Além desses itens, outros custos apresentaram evolução nos nove meses de 2006, afirmou o vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira. Tarifas de envio para protesto, segunda via de documentos e ficha cadastral tiveram elevações significativas de 26,82%, 24,38% e 22,08%, respectivamente. "Não é por acaso que as receitas de prestação de serviço têm tido cada vez mais participação no faturamento total dos bancos", avaliou Oliveira.

Só no primeiro semestre deste ano, segundo dados da consultoria Austin Rating, as receitas de prestação de serviços dos cinco principais bancos do País (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Unibanco e Santander) tinham subido 18% entre janeiro e junho em relação a igual período de 2005, de R$ 28,33 bilhões para R$ 36 81 bilhões.

Entre essas instituições, a que apresentou maior elevação nas receitas de serviços foi o Santander. O crescimento do ganho do banco nesse item foi de 23,3%, somando R$ 1,3 bilhão. No Bradesco, as receitas de prestação de serviço subiram de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,1 bilhões – alta de 20,8%.

Segundo o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, hoje o faturamento decorrente dos serviços já representa 130% da folha de pagamento das instituições. Em 1994, os ganhos com tarifas e taxas respondiam por 3,5% das receitas totais. Hoje, disse Rodrigues, essa participação está em 20%.

Segundo João Augusto Salles, analista da consultoria Lopes Filho os bancos podem elevar suas tarifas sem qualquer restrição. O que vai ditar o ritmo da alta é a concorrência entre as instituições financeira. Ou seja, por enquanto a competição entre bancos é pequena, pois o custo dos serviços não pára de subir acima da inflação.

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