Em ano eleitoral os partidos se agitam, sobretudo quando vislumbram uma tênue luz no fim do túnel. É o caso do PMDB, em especial, do governador gaúcho Germano Rigotto, que disputará as prévias marcadas para o mês de março, das quais deverá sair o candidato do partido para concorrer à eleição presidencial.
O PMDB vive o drama existencial de ostentar uma penca de candidatos, por enquanto, de si mesmos, mas nenhum nome com real cacife em termos nacionais. Talvez, o pretendente que mais se aproxime do patamar seja o atual presidente do STF, ministro Nelson Jobim, cuja aposentadoria está marcada para abril.
Comenta-se que a antecipação da aposentadoria subordina-se ao desejo de empalmar a candidatura, como uma espécie de tábua de salvação. Por isso, fala-se em adiamento ou cancelamento puro e simples das prévias, favorecendo a pretensão de Jobim, aliás, a quem se atribui a veleidade de evitar, por exemplo, o constrangimento de ser preterido numa eleição interna.
Complicador de monta na espinhosa vereda trilhada pelo PMDB, nessa quadra, é o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, lídimo parvenu da política brasileira, primeiro candidato a se inscrever no exame prévio, cheio de razão, embora o governo de sua mulher Rosinha esteja entre os mais medíocres do País.
Não se sabe como o PMDB conseguirá sair do embrulho, até mesmo por se ressentir de líderes suficientemente fortes e respeitados para demarcar os rumos da agremiação, hoje perdida num discurso ultrapassado e sem potencial, como sonha o governador Roberto Requião, de galvanizar a massa em torno da reconstrução moral e política do Brasil.