Tabela do Imposto de Renda deveria ser corrigida em 48%

Brasília (AE) – Ao anunciar a correção em 10% da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas, o governo ressaltou que a medida implicaria perda de arrecadação de cerca de R$ 2 bilhões. Mas o contribuinte também vem arcando com pesadas perdas, pela falta de atualização na tabela desde 1996. No período, houve apenas uma correção, em 2002, de 17,5%, bem abaixo da inflação acumulada. Deduzida essa correção e com a dedução dos 10% no próximo ano, a defasagem ainda é de 48,51%.

Para explicar os efeitos da falta de correção da tabela do IR, o tributarista Edino Garcia, da consultoria IOB Thomson, dá o exemplo de um trabalhador que em 1997 recebia salário líquido de R$ 2 mil – já com as deduções permitidas.

Supondo que esse contribuinte tivesse seu salário corrigido anualmente por um porcentual próximo da inflação, a carga tributária dele foi subindo pela falta de correção da tabela. O resultado é que em oito anos ele pagou R$ 27.459,12, quando deveria ter recolhido R$ 17.531,23 se houvesse correção anual da tabela.

Se a tabela do IR fosse corrigida pela inflação total do período, o limite de isenção, de R$ 1.058, iria para R$ 1.724. Com os 10%, estarão isentos a partir de janeiro os contribuintes com ganho líquido mensal de até R$ 1.163,80.

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