A defesa de Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos e seis meses de prisão pelo assassinato dos pais, está comparando o julgamento dela com o do coronel Ubiratan Guimarães, ocorrido em 2001. O coronel Ubiratan foi condenado na primeira instância pelo massacre do Carandiru, em que morreram 111 presos, mas conseguiu absolvição no Órgão Especial do Tribunal de Justiça em fevereiro, alegando erro no voto dos jurados
Segundo o advogado Mauro Otávio Nacif, defensor da jovem, os jurados a absolveram pela morte do pai, Manfred. "Vamos entrar quarta-feira com um habeas-corpus no Tribunal de Justiça pedindo o cancelamento da condenação em relação ao pai." Se aceito, o recurso reduzirá a pena pela metade e Suzane poderia pedir progressão para o regime semi-aberto em poucos meses
Nacif pediu para registrar que Suzane o agradeceu pela defesa e não o xingou no último dia do julgamento, como se comentou nos bastidores do júri
Um jurado experiente, que preferiu não ser identificado, disse que, desde o início da votação, o juiz Alberto Anderson Filho explicou, após cada pergunta, o que significava o voto. "Se votar ‘sim’, você está com a defesa, se ‘não’, você está com a acusação.
Havia seis perguntas sobre a tese da defesa de Suzane. Na série sobre Manfred, nas duas primeiras questões, por 4 votos a 3, eles responderam "sim" – ela foi dominada pelo então namorado Daniel Cravinhos
Nas quatro seguintes, votaram "não". Segundo o jurado, o juiz foi mais explícito, "talvez pensando que os jurados não estivessem entendendo, vendo que o resultado levaria à absolvição"
Nesse momento, segundo o promotor Roberto Tardelli, os jurados se olharam surpresos. "Eles pensaram que, votando ‘sim’, estavam condenando", explicou