O Ministério da Saúde anunciou hoje que vai pagar cirurgias reparadoras para pacientes com lipodistrofia, um efeito colateral provocado pelo uso continuado de drogas antiaids. Uma portaria publicada hoje determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a fazer oito cirurgias para corrigir o problema, entre elas lipoaspiração abdominal e redução mamária.
Ao mesmo tempo que garante qualidade de vida, o uso contínuo de drogas anti-retrovirais pode provocar em alguns pacientes alterações anatômicas típicas, que especialistas batizaram de "a nova cara da aids". Nestes pacientes, os medicamentos acarretam acúmulo de gordura em algumas regiões do corpo. Há também casos em que medicamentos levam a uma nítida redução de tecido adiposo, principalmente no rosto.
Direitos humanos – Antiga reivindicação de movimentos de portadores de HIV, a cirurgias reparadoras devem começar a ser feitas dentro dos próximos seis meses. É o prazo determinado pela portaria para que a Secretaria de Atenção à Saúde prepare todos os procedimentos necessários para os hospitais operarem.
"Trata-se de uma providência para resguardar os direitos humanos. Estes pacientes muitas vezes sentem-se excluídos, com falhas de auto-estima", justificou o ministro da Saúde, Humberto Costa.
O anúncio da portaria foi feito hoje, durante uma cerimônia no Palácio do Planalto para homenagear mulheres militantes do movimento antiaids, com a presença da primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva e a mulher do vice-presidente, Mariza Alencar.