Surto de encefalite deixa 65 cidades mineiras em alerta

A descoberta de 12 casos da Encefalite Viral de Saint Louis (SLEV) em São José do Rio Preto, a 440 quilômetros a noroeste da capital do Estado, levou o Ministério da Saúde a decretar nesta semana estado de alerta em 65 municípios de Minas, na divisa com São Paulo.

A descoberta também levou a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo a estabelecer, a partir deste mês, a obrigatoriedade da notificação de casos suspeitos da doença em todos os 645 municípios paulistas, o que significa que há risco de epidemia. Isso já ocorre com doenças como meningite e sarampo.

O alerta, segundo o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Expedito Luna, vale para os municípios localizados nas macrorregiões de Uberaba, Uberlândia e Alfenas, onde há grande fluxo de pessoas entre os dois Estados. Segundo ele, a medida tem o objetivo de intensificar o serviço de vigilância epidemiológica e impedir a migração de casos da SLEV para essas áreas, muito próximas de São José do Rio Preto.

A medida determina que sejam considerados como suspeitos de SLEV todos os casos de pacientes em que os exames de dengue deram negativo. Também é suspeito qualquer paciente que apresentar sintomas de meningite viral, encefalite ou febre alta acompanhada de dor de cabeça e manchas no corpo.

Sintomas

Transmitida pela picada do mosquito Culex (pernilongo comum), a encefalite de Saint Louis é considerada uma doença rara, transmitida pelo vírus Saint Louis, que tem como hospedeiros homens e animais e foi isolado pela primeira vez em 1933 num surto nas cidades de Saint Louis e Kansas (EUA).

No Brasil, os casos da virose – cujos sintomas são semelhantes a um resfriado comum e parecidos aos da dengue – foram notificados em 1967 em animais; em 1970 em humanos (dois casos) e em 2004 (um caso). Em agosto deste ano, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Rio Preto confirmaram outros 12 casos, 10 de moradores da cidade e 2 de moradores de municípios vizinhos de Mirassol e Olímpia que trabalham em Rio Preto.

Os serviços de saúde municipais terão de colher amostras de sangue ou liquor (líquido retirado da medula) até três dias a partir do início dos sintomas. Também deve ser colhida amostra de soro, após o quinto dia do início dos sintomas. Casos suspeitos devem ser notificados imediatamente à vigilância estadual e ao Ministério da Saúde.

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