A Suprema Corte dos Estados Unidos determinou hoje que o governo americano deve reavaliar sua política sobre as emissões de dióxido de carbono feitas pelos automóveis, rechaçando a visão da administração George W. Bush sobre o aquecimento global. Por cinco votos a quatro, a Suprema Corte decidiu que a chamada Lei do Ar Limpo concede à Agência de Proteção Ambiental dos EUA autoridade para regulamentar as emissões de gás carbônico e de outros poluentes feitas pelos automóveis.
Pelas leis ambientais, os gases causadores do efeito estufa são considerados poluentes, ressaltou o magistrado John Paul Stevens ao anunciar a decisão da maioria da Suprema Corte americana. A maioria dos juízes considerou que a Agência de Proteção Ambiental "não apresentou uma explicação razoável para sua recusa em determinar se os gases causadores do efeito estufa provocam ou contribuem para as mudanças climáticas", disse Stevens. Os magistrados concluíram que a política da agência ambiental precisa ficar mais de acordo com a Lei do Ar Limpo.
Em Bruxelas, o comissário de ambiente da União Européia (UE), Stavros Dimas, disse que os Estados Unidos e a Austrália precisam se empenhar mais para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, apontados por cientistas como principais responsáveis pelo aquecimento global. A declaração de Dimas foi feita na abertura de uma conferência de cinco dias patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e iniciada nesta segunda-feira.
Enquanto isso, um painel de cientistas iniciou reuniões a portas fechadas para concluir a elaboração de um relatório a ser lançado ainda esta semana e segundo o qual o aquecimento global terá repercussões dramáticas para a humanidade.