Um dos detidos na prisão da Base Naval dos EUA de Guantánamo, em Cuba, Waleed bin Attash, confessou sua participação no ataque ao navio de guerra USS Cole e nos atentados às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, de acordo com transcrição de um interrogatório divulgada ontem pelo Pentágono. No atentado contra o USS Cole, em 12 de outubro de 2000, 17 soldados morreram e 37 ficaram feridos. Nos ataques às embaixadas dos EUA na África, 213 pessoas morreram e cerca de 4.500 ficaram feridas.
"Eu comprei os explosivos e planejei a operação com mais de um ano de antecedência", teria dito Bin Attash sobre sua participação nos ataques. Bin Attash foi guarda-costas de Bin Laden e ajudou o líder da Al-Qaeda a escolher os 11 combatentes que seqüestraram os aviões nos ataques de 11 de setembro de 2001. Bin Laden, inclusive, queria que Bin Attash fosse um dos seqüestradores, mas o plano inicial foi cancelado após Bin Attash ser preso no Iêmen.
As transcrições divulgadas pelo Pentágono fazem parte de audiências secretas iniciadas em 9 de março para determinar se 14 presos de "alto valor" transferidos no ano passado para Guantánamo, depois de serem mantidos em prisões secretas da CIA, podem ser classificados como "inimigos combatentes", que podem ser detidos por tempo indefinido e processados por tribunais militares.
Em audiência similar na quinta-feira passada, o paquistanês Khalid Sheikh Mohammed confessou sua participação em 31 atentados – entre eles a decapitação do jornalista americano Daniel Pearl no Paquistão.