O supervisor do programa Bolsa Família em Boquim (SE), Genivaldo Mendonça de Jesus, mais conhecido como “Gigi”, foi exonerado hoje do cargo pela Secretaria de Ação Social da prefeitura. Preso desde quarta-feira, “Gigi” é acusado de fraudar o projeto. O promotor Eduardo Franklin Miranda descobriu que, em apenas um mês, ele teria movimentado cerca de R$ 7 mil, apesar de receber um salário de 360 reais. Mas é necessário apurar quanto “Gigi” movimentou nos últimos quatro anos, pois coordenava, inicialmente, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Diversos acusados são ouvidos por Miranda, que admitiu a possibilidade de novas prisões.

Além de exonerar o supervisor do programa Bolsa Família em Boquim, a administração municipal instaurou um procedimento interno para saber se mais funcionários públicos municipais estão envolvidos e como ocorria a fraude. A secretária-adjunta de Ação Social da prefeitura de Boquim, Cândida Vírginia Rodrigues, assegurou que todas as medidas legais serão adotadas. A Superintendência da Caixa Econômica Federal (CEF) em Sergipe também instaurou processo idêntico para investigar se houve participação dos funcionários do banco, como suspeita o promotor. É que na casa do supervisor do programa Bolsa Família, a polícia encontrou cartões do plano, extratos bancários e documentos de uso exclusivo da Caixa Econômica.

O gerente de Marketing da Caixa, Weider Moreira, diz que a instituição financeira entrega os cartões diretamente aos beneficiados, via Correios ou pessoalmente, por meio de mutirões. “Não fazemos a entrega de cartões a prefeituras, nem a pessoas que não sejam beneficiadas, justamente por questões de segurança. O que acontece é que muita gente que não tem instrução suficiente recebe o cartão e deixa na mão de pessoas de confiança, com líderes comunitários”, afirmou.
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