Mais uma vez os supermercados em São Paulo tiveram deflação. O índice de preços apurado em março foi de -0,36%, quase igual ao resultado de fevereiro que ficou em -0 40%. A gripe aviária, que derrubou as exportações das aves, afetou também os preços das carnes e o índice geral, na avaliação do presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Sussumu Honda.
Nos últimos 12 meses, o setor registra deflação de 1,44% segundo a pesquisa mensal de Índice de Preços dos Supermercados (IPS/Fipe). "No último ano tivemos seis meses de deflação por causa da queda do dólar e também da redução do ICMS de alguns produtos que passaram a fazer parte da cesta básica", diz Honda. Como exemplos ele cita o pão de forma e o iogurte, que tiveram redução de ICMS de 12% para 7%.
Os preços dos alimentos em março caíram 0,58%. Os preços das aves despencaram 7,91%, os da carne suína caíram 2,22% e da bovina, 1,17%. Os alimentos industrializados tiveram redução de preços de 0,60%. Os derivados de carne recuaram 2,16%, o preço do café caiu 1,52%, mas o do açúcar teve alta de 3,83%.
Nos alimentos in natura, os preços das frutas tiveram uma redução de 7,34% , o dos ovos 3,29%, mas as verduras aumentaram 8,95% e os legumes, 2,03%. Já as bebidas alcoólicas subiram 0,86% e as não alcoólicas, 0,34%. Os produtos de limpeza caíram 0,48% e os de higiene e beleza subiram 0,39%.
"As quedas constantes e a deflação têm encolhido o faturamento dos supermercados, mesmo com o aumento do volume de vendas", diz o presidente da Apas.
Os supermercados esperam uma reação do varejo a partir deste mês, com as vendas de Páscoa. No ano passado, a data caiu em março. Portanto, este ano o faturamento de abril será comparado com um período de vendas fracas. Segundo Honda, neste último fim de semana o movimento de compras de ovos de chocolate colombas, bacalhau e bebidas já foi maior. O Indicador Serasa do Nível de Atividade do Comércio, no período de 3 a 9 de abril mostra um aumento de 4,3% na movimentação econômica do comércio, quando comparada ao período equivalente em 2005, de 14 a 20 de março, em todo o País. Na cidade de São Paulo, a alta foi de apenas 1,2% na comparação com 2005.
"Os supermercados estão numa guerra de ofertas", lembra Honda. Há redes como o Comprebem e Sendas que parcelam as vendas de bacalhau e chocolates em até 10 vezes. O Carrefour faz promoções de vinhos com descontos de 20% a 50%. "O resultado dos supermercados deve ser de 5% a 10% melhor do que a Páscoa passada", afirma.