O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, considerou que quanto maior
for o superávit primário, melhor será para a economia brasileira. "Não há dúvida
de que na política fiscal no Brasil, quanto maior for o superávit primário,
melhor para a política monetária", disse Meirelles em Tóquio, onde integra a
comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O superávit primário é o total
arrecadado pela União, descontadas as despesas sem considerar os juros da dívida
pública.
Sobre a política cambial, Meirelles afirmou que o Banco Central
está cumprindo com "sucesso" a recomposição das reservas que, segundo ele, estão
em nível cada vez melhor. As reservas são importantes para o país porque
garantem a estabilidade econômica e contribuem para a entrada de investimento.
São usadas, principalmente, para cobrir déficits nas contas internacionais, como
o pagamento de juros de dívidas, e garantir a estabilidade da moeda, evitando
ataques especulativos, por exemplo.
Meireles disse ainda que o Brasil
está na rota do "investiment grade", que é o patamar em que os investimentos são
considerados mais seguros. "Mais importante que o ?investiment grade? em si é a
antecipação que o mercado possa fazer do dele", afirmou. "O importante é quando
o mercado vê o ?investiment grade? no horizonte. A partir daí, as taxas vão
começar a convergir", completou.
