Exportações em ritmo lento e importações a todo vapor. Com esse cenário cada vez mais nítido aos olhos dos analistas de mercado, não há como esconder a tendência de queda do saldo comercial no próximo ano.
Os mais pessimistas chegam a prever que o superávit do comércio exterior ficará abaixo de US$ 20 bilhões em 2008, realidade que pode ser comparada a um abalo sísmico de grandes proporções. Para se ter uma idéia do rombo basta lembrar que este ano o saldo positivo deve fechar em US$ 40 bilhões.
O setor de importações está em franca atividade por causa do câmbio favorável e a demanda doméstica em expansão continuada. Não é o que se percebe em relação às perspectivas de exportação, diante do aparecimento de algumas adversidades em horizonte próximo.
A principal constatação do mercado é que o dólar norte-americano excessivamente barato em relação ao real foi um dos fatores que deu suporte à fase auspiciosa vivida pela economia brasileira. Assim sendo, na outra ponta, a retração do superávit obtido com o volume de exportações do corrente exercício é uma conseqüência perfeitamente previsível.
No fim das contas, o bicho pode não ser tão feio como alguns imaginam. A impressão geral é que o saldo do ano que vem cairá em relação ao atual, mas não tanto. A queda máxima estimada, na opinião dos setores menos seduzidos pelas previsões de catástrofes, não será superior a US$ 5 bilhões.