O registro de febre aftosa numa fazenda localizada no município de Eldorado (MS), além das inúmeras ameaças sobre o potencial do agronegócio, é, nesse momento, um risco concreto de iminente suspensão da compra da carne produzida no Brasil.
Temos registrado neste espaço a eficiente participação da pecuária de corte nas exportações brasileiras, em volumes exponenciais para os mercados da Rússia e União Européia, especialmente, mas agora temos a lamentar o entrave inesperado num País que conquistara clientes internacionais graças ao extremo cuidado com a sanidade dos rebanhos.
No bojo da notícia desanimadora, soube-se também que o Ministério da Fazenda, onde pontifica a inerrância de Palocci, reduziu esse ano para R$ 37 milhões a verba necessária para a execução dos serviços de defesa sanitária animal, quando o valor inicial estava fixado em R$ 137 milhões.
Com um rebanho bovino de cerca de 20 milhões de cabeças, o maior do País, Mato Grosso do Sul deveria receber R$ 3,5 milhões para campanhas de vacinação, mas nenhum centavo foi repassado pelo governo federal.
É incrível que coisas do tipo ainda aconteçam entre nós, na maioria das vezes graças à incúria administrativa. Num golpe repentino, a balança comercial poderá desabar graças à falta de sensibilidade de amanuenses narcotizados pela conquista de superávit fiscal.
Calculemos o prejuízo que a flagrante inépcia do governo pode causar.