Superávit comercial caiu 22% em abril

Brasília – Pela primeira vez desde julho de 2001, a seqüência de superávits comerciais mensais crescentes foi interrompida em abril graças ao forte incremento das importações no mês. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o saldo comercial em abril foi de US$ 3,097 bilhões, US$ 870 milhões a menos que em abril do ano passado. Com isso, o resultado em 12 meses, encerrados em abril, ficou em US$ 45,011 bilhões, também registrando uma queda em relação ao acumulado dos últimos 12 meses encerrados em março (US$ 45,799 bilhões).

"É a primeira vez que acontece desde que o Brasil começou a trajetória de crescimento das exportações", afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat. Embora o saldo comercial tenha caído, a média diária das exportações e das importações voltou a bater recorde histórico em abril. As vendas externas totalizaram US$ 9,804 bilhões, com média diária de US$ 544,7 milhões e as importações somaram US$ 6 707 bilhões, com média diária de US$ 372,6 milhões.

Para Meziat, os números confirmam a previsão para este ano de um crescimento mais intenso para as importações. Pela média diária, as exportações cresceram 18,4% em abril e as importações subiram 39,8% em relação a abril de 2005. "Possivelmente estamos indo na direção de superávits menores", disse o secretário. "Um saldo na faixa dos US$ 40 bilhões está muito bom", completou, referindo-se ao valor projetado pelos analistas de mercado. No ano passado, a balança comercial brasileira foi superavitária em mais de US$ 44 bilhões. O governo evita fazer projeções de saldo comercial mas trabalha com a meta de US$ 132 bilhões para as exportações este ano, 12% a mais do que em 2005.

Meziat afirmou que o crescimento das importações não preocupa o governo. "É a melhor coisa que pode acontecer no momento para o Brasil", disse. Segundo ele, as compras internacionais estimulam a concorrência e ajudam a equilibrar a entrada de dólares oriundos das exportações, tirando um pouco da pressão para que a taxa de câmbio fique ainda mais valorizada. Além disso, o secretário acredita que as exportações continuarão mostrando vigor e devem repetir em maio média diária acima dos US$ 500 milhões. "Em abril foi a primeira vez da história que a média diária das exportações ficou acima dos US$ 500 milhões em todas as semanas do mês. Isso mostra uma consistência no crescimento das exportações", argumentou.

Os embarques de produtos manufaturados também foram recordes históricos, puxados pelas vendas de gasolina, óleo combustíveis e aviões. Do lado das importações, destaque para as compras de combustíveis e lubrificantes que cresceram 91,1% em relação a abril de 2005, como reflexo principalmente da cotação internacional do petróleo. Os bens de consumo importados aumentaram 52,4%, sobretudo bens duráveis como automóveis. As importações de bens de capital subiram 39,3% e de matérias-primas, US$ 25,1%. No acumulado dos últimos 12 meses, encerrados em abril, as exportações e as importações atingiram cifras inéditas.

As vendas externas somaram US$ 123,846 bilhões. "Faltando, portanto, apenas US$ 8 bilhões para atingirmos a nossa previsão (para este ano) de US$ 132 bilhões. O que mostra que tem grande possibilidade de ser atingida", destacou o secretário. As importações em 12 meses totalizaram US$ 78,835 bilhões.

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