O Programa Nacional de Meio Ambiente II, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente com suinocultores paranaenses, foi premiado como o melhor projeto de desenvolvimento sustentável do país. O projeto paranaense foi escolhido pelo Conselho Empresarial Brasil para Desenvolvimento Sustentável entre outros 150 trabalhos brasileiros, explicou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Luiz Eduardo Cheida durante a reunião na Escola de Governo.
O Programa do Paraná visa a regularização ambiental de 157 propriedades que produzem porcos na bacia do Rio Toledo. O Paraná produziu ineditamente uma manual, padronizando os procedimentos de fiscalização para adequação das pocilgas e obtenção do licenciamento ambiental.
?Além disso, o Paraná se destacou por apresentar um projeto pioneiro que está sendo desenvolvido utilizando o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A idéia é possibilitar aos suinocultores uma renda alternativa com a venda de créditos de carbono gerados através da queima do metano?, disse o secretário Cheida. Segundo ele, oito unidades administrativas do projeto foram montadas, em parceria com a Sanepar, Itaipu Binacional, entre outras instituições.
A proposta de inserção de suinocultores no mercado de créditos de carbono surgiu a partir do trabalho de controle da contaminação ambiental decorrente da suinocultura. O projeto piloto está sendo desenvolvido inicialmente com 34 pequenos criadores de porcos (produções com até 300 animais), da região Oeste do Estado – bacia do rio Toledo.
Está sendo avaliada a produção de gás metano por meio da decomposição dos dejetos de porcos e propõe a criação de uma rede coletiva de captação e tratamento de dejetos suínos. Cálculos iniciais apontam que cada suinocultor poderá aumentar em R$500,00/mês a sua renda.
Após o tratamento do material decomposto é realizada a queima do gás metano. A queima do gás reduz a emissão de gás carbônico na atmosfera – gás que mais contribui para o aquecimento global – e poderá ser comercializada no mercado de créditos de carbono. ?Este processo deverá contribuir ainda para redução do lançamento de dejetos nos rios da bacia, melhorando consideravelmente a qualidade da água?, afirmou o secretário Cheida. Segundo ele, os dejetos que antes seriam descartados na água dos rios são tratados, produzindo gás metano que pode ser comercializado no mercado de carbono.
A coordenadora estadual do programa, Sandra Queiroz, estima que a renda mensal pode ser ainda maior. ?O projeto piloto abrange apenas pequenos criadores e quanto maior for a produção, mais metano deverá ser gerado?, disse.
Ela ainda disse que os quase 11 mil animais dos 34 criadores produzem cerca 42 mil metros cúbicos de dejetos por ano, que, após passar pelo processo de decomposição, geram 2,5 mil toneladas de gás metano. ?O volume de dejetos produzidos anualmente pode render mais de 52 mil metros cúbicos em créditos de carbono?, disse Sandra.