A Associação Paranaense de Suinocultores (APS) distribuiu hoje (10) três toneladas de carne assada em praça pública para a população de Cascavel, a cerca de 520 quilômetros de Curitiba, no oeste do Paraná. Foi a forma escolhida pela entidade para protestar contra a situação da suinocultura desde que foi anunciado, em meados de outubro, a suspeita de um caso de febre aftosa no Estado.
Segundo a APS, o preço do quilo do animal vivo na região oeste/sudoeste do Paraná caiu, em média, de R$ 2,40 para R$ 1,30 "Mas o consumidor não teve essa mesma queda", reclamou o vice-presidente da APS, Romeu Royer. "Isso nos revoltou demais." Por isso, uma das reivindicações do protesto é o apoio governamental para campanhas que estimulem o consumo de carne suína. "Esperamos também a compreensão do último elo da cadeia, que é o consumidor, para que na próxima mobilização venha somar com a gente", apelou.
Da carta de reivindicações também constam os pedidos para que haja uma solução rápida para a questão da aftosa no Paraná, que o governo renegocie os débitos dos produtores, que haja liberação de recursos que permitam a retenção das matrizes nas propriedades, reforço na proteção sanitária do rebanho e inclusão da carne suína na merenda escolar e nos programas de distribuição de alimentos.
Segundo Royer, o problema da aftosa atingiu a suinocultura exatamente no momento em que ela começava a se recuperar da crise do milho em 2003. De acordo com a APS, o Paraná possui aproximadamente 30 mil suinocultores comerciais. Anualmente o Estado tem uma produção de 4,8 milhões de cabeças. No protesto foi armada uma churrasqueira com aproximadamente 40 metros no calçadão da Avenida Brasil, no centro de Cascavel.