Nunca antes na história desse País, e esse é mais um legado do presidente Lula, além da hipérbole da expressão desgastada que tenciona convencer a massa dos avanços formidáveis de seu governo, o processo sucessório presidencial começou tão cedo. Faltando ainda um trimestre para fechar o primeiro ano do mandato, posto que a fadiga seja conseqüência tardia do mandato anterior de longos quatro anos de pasmaceira administrativa e excesso de escândalos, o próprio presidente avisa que – se houver candidatura única da base – está disposto a se licenciar para ajudar o companheiro.

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Em primeiro lugar, a disposição é coerente com a realidade, mesmo porque Lula não é jejuno na política e, a essa altura, avalia melhor que ninguém o tamanho do desafio que será eleger o sucessor, mormente pelas dificuldades de manter uma base coesa com a imposição de um candidato natural do PT. Tendo em vista que o calendário eleitoral estipula a próxima campanha presidencial apenas para meados de 2010, é muito cedo para se falar em sucessão.

Mesmo assim, um setor importante do lulo-petismo começa a repercutir um nome de peso no contexto da sucessão: o da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a colaboradora escolhida pelo presidente para substituir José Dirceu no momento mais conturbado do mandato anterior, quando a tenebrosa sombra da corrupção desabou sobre um governo que sempre se colocara diante da sociedade como defensor da ética e da moralidade.

No âmbito do PT, o desgaste causado pelo valerioduto e os processos instaurados no STF contra alguns de seus dirigentes mais prestigiados tornou uma tarefa inglória desencavar nomes aptos a disputar uma campanha presidencial. Também lembrados, os ministros Tarso Genro e Patrus Ananias salvaram-se da ruinosa associação com Marcos Valério, mas dificilmente teriam apoio integral do partido e, tampouco, a aceitação entusiasmada da base.

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Como gerente-geral do PAC, pela natureza intrínseca das tratativas indispensáveis com parlamentares, governadores e prefeitos, é possível presumir que Dilma construa um patamar para solidificar a expectativa crescente em torno de seu nome. Resta saber o que pensa a base…