Brasília – O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) negou no Conselho de Ética que tenha dito ao presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), que 90% dos parlamentares tiravam uma ?beirada? das emendas. Suassuna contou que procurou a comissão para ver os documentos e elaborar sua defesa. ?Já disse que ele está confundindo o interlocutor?, afirmou. Indagado sobre o por quê de Biscaia ter dado tal declaração, Suassuna respondeu: "por vaidade pura".
Na semana passada, Biscaia disse no Conselho de Ética que ouviu do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) que 90% dos parlamentares recebem uma ?beirada? das emendas. Segundo ele, a afirmação teria sido feita quando o senador o procurou na CPI para ver detalhes de seu processo. Para o relator do caso, senador Jefferson Peres (PDT-AM), não há como comprovar quem disse a verdade. ?Alguém está mentindo. É inútil fazer acareação pela forma determinada com que disseram?, afirmou.
Peres também questionou o senador sobre ofício enviado ao Ministério da Saúde no final do ano passado que teria sua assinatura pedindo recurso de origem ?extra-orçamentária? para a organização não-governamental Instituto de Planejamento, Pesquisa e Promoção da Educação e Cultura (Ipês) do Rio de Janeiro. O dinheiro destinado ao instituto seria encaminhado depois a municípios da Paraíba.
Ao tomar conhecimento do documento no ano passado, Suassuna afirmou que não tinha assinado o ofício. O senador contou que procurou Marcelo para saber do que se tratava e ele disse que ?estava resolvido?. Suassuna disse que uma funcionária admitiu a Corregedoria da casa que assinou o documento em seu nome ?de boa-fé?. Ele levou também ao conselho um exame grafotécnico para comprovar que não assinou o ofício. Os recursos ao instituto não foram liberados pelo Ministério da Saúde.