No que depender do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não há hipótese de o empate, por 1 a 1, entre Corinthians e Internacional, domingo, no Pacaembu, ser anulado. O clube gaúcho ainda deve contabilizar outro revés já que seu presidente, Fernando Carvalho, poderá ser processado pelo órgão e ser suspenso por até um ano. A única boa notícia é a de que o meia Tinga tem a possibilidade de conseguir uma liminar e atuar normalmente até ser julgado, sem cumprir a suspensão automática pela expulsão.
O presidente do STJD, Luiz Zveiter, não quis se pronunciar sobre o caso, mas o procurador do STJD, Paulo Schmitt, foi enfático ao afirmar que não existem argumentos para a anulação da partida. Para ele, o erro ocorreu por causa da interpretação do árbitro Márcio Rezende, que deixou de marcar um pênalti a favor do Internacional, além de ter expulsado Tinga ? sob a alegação de que simulou a infração.
"O árbitro mostrou conhecimento da regra e não confessou ter tido má fé no lance. Então, não temos como anular a partida", disse o procurador do STJD. "Se ele tivesse dito que falta na área não é pênalti ou confessado que não marcou de propósito, aí teríamos como anulá-la." Após rechaçar a hipótese de o confronto ser anulado, o procurador do STJD ameaçou o presidente do Internacional. Explicou que está investigando uma suposta declaração do dirigente, em um programa esportivo de TV, na noite de domingo, de que "Zveiter manda na procuradoria".
"Isso não existe e ele não pode ficar falando isso. Fui informado de que o presidente do Internacional teria se pronunciado desse maneira desrespeitosa e, se for confirmada, o processarei", disse Schmitt. Caso o procurador venha a denunciar o dirigente, por manifestar-se de formar desrespeitosa Carvalho pode ser suspenso por no mínimo 60 dias e máximo de 360 dias.
Quanto a uma possível concessão de liminar a Tinga, o procurador do STJD não se manifestou. Mas, a Agência Estado apurou com advogados ligado ao tribunal que se o Internacional ingressar no órgão com uma medida cautelar, pedindo uma liminar para o meia atuar sem precisar cumprir a suspensão automática, até ser julgado, terá sucesso.
No início de novembro, a Portuguesa conseguiu uma liminar para o que o angolano Johnson pudesse atuar contra o Grêmio. Na ocasião, como Tinga, o atleta do time paulista havia sido expulso injustamente, durante a goleada sofrida para o Náutico, por 4 a 1.