O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem prazo de dez dias, a contar de amanhã, para prestar esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a venda de duas refinarias da Petrobras para a Bolívia. O pedido de informações foi feito ontem pelo ministro do Supremo Marco Aurélio Melo, relator do mandado de segurança impetrado pelo líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio.

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No mandado de segurança, encaminhado no último dia 24, o líder tucano pede liminar para suspender a venda das refinarias. No dia 10, a Petrobras fechou a venda das duas refinarias, localizadas em Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, ao governo boliviano, pelo preço de US$ 112 milhões. A Petrobras gastou US$ 104 milhões na compra das refinarias, em 1990, e investiu mais US$ 20 milhões nos empreendimentos.

No mandado de segurança, Pannunzio argumenta que a Petrobras teve prejuízo na negociação com a Bolívia. O líder argumenta ainda que o Congresso Nacional teria que se manifestar sobre a transação comercial. "O Congresso Nacional tem a prerrogativa constitucional de se manifestar a respeito de tratados internacionais que acarretem compromissos gravosos ao patrimônio nacional, como ocorre neste caso", diz o líder na ação.

A assessoria do STF informou ontem que o pedido de informações é praxe nesse tipo de ação como a impetrada por Pannunzio. O ministro Marco Aurélio Melo não fez perguntas específicas. Ele encaminhou uma cópia do mandado de segurança e solicitou as informações que o presidente considerar relevantes para sua defesa. No caso dos mandados de segurança, o prazo para esclarecimentos é sempre de dez dias.

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Na ação, Pannunzio argumenta que o presidente Lula empenhou-se pessoalmente na venda das refinarias. O líder pede ao Poder Executivo informações detalhadas sobre as bases da negociação, a forma e o prazo de pagamento. Também pede que o STF determine que o presidente encaminhe ao Congresso Nacional uma mensagem com todos os atos oficiais relativos à venda das refinarias.