A partir da decisão do juiz Jorge Macedo, da 4ª Vara Federal em Minas Gerais, de enviar ao Supremo Tribunal Federal o inquérito sobre o suposto pagamento de mesadas a parlamentares, somente as decisões do STF podem autorizar as novas ações da Polícia Federal no caso. O inquérito fica suspenso até a análise do Supremo.
Apenas o inquérito do suposto pagamento de mesadas foi transferido. Outros três inquéritos abertos pela Polícia Federal correm normalmente ? os que investigam as denúncias de corrupção do Instituto de Resseguros do Brasil, em Furnas Centrais Elétricas e na Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).
A transferência de competência da investigação começou no dia 8, quando a Polícia Federal encaminhou uma representação à Justiça de Minas Gerais solicitando os registros de pessoas autorizadas a sacar dinheiro na agência do Banco Rural. O pedido foi feito depois do depoimento do ex-tesoureiro do Banco Rural em Brasília, Francisco Rego.
Ao ser ouvido pela PF, Rego explicou que o mecanismo de pagamento das contas da SMP&B, empresa de Marcos Valério, funcionava da seguinte maneira: a agência de Belo Horizonte mandava fax com os nomes das pessoas autorizadas a sacar o dinheiro em Brasília. Ao chegar na agência em Brasília, a pessoa assinava o recibo e dava uma cópia de sua identidade. A iniciativa de copiar a identidade dos autorizados a sacar o dinheiro teria partido do próprio Francisco Rego.
A relação com os faxes e as cópias das identidades eram os documentos requisitados pela PF, mas, quando os investigadores foram a Belo Horizonte pegar a lista, foram informados da decisão da 4ª Vara Federal em Minas Gerais de que os documento não poderiam ser levados para Brasília e que os policiais deveriam deixar o inquérito das investigações para a competência da justiça federal em Minas. Hoje, o juiz Jorge Macedo transferiu o inquérito para o Supremo Tribunal Federal (STF).