O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra João Pedro Stédile criticou há pouco, na Conferência Nacional Terra e Água, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Antonio Palocci, da Fazenda, Roberto Rodrigues, da Agricultura, e Luiz Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Disse que as críticas que o MST têm feito à valorização do agronegócio pelo governo, em detrimento da reforma agrária, são para mostrar ao presidente Lula que os sem-terra são amigos dele.
"Somos amigos, mas nós não somos burros, nós elegemos o presidente para mudar o modelo neoliberal e até agora nada mudou", disse. Depois, em entrevista, Stédile criticou também o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "Nós queremos saber por que o Palocci não gosta de conversar com o povo", disse. Palocci não foi convidado a participar da conferência. O dirigente do MST afirmou também que os ministros Rodrigues e Furlan fazem "o jogo do grande capital".
Stédile pediu vaias para Rodrigues (que não participa do encontro), porque "só defende o agronegócio". A platéia o atendeu e vaiou Rodrigues por quase um minuto. Stédile concluiu: "Por que nós queremos vaiar Roberto Rodrigues? Nós vaiamos os interesses e a política econômica que ele representa."