Perder fora de casa, em circunstâncias normais, geralmente é tido como um resultado absolutamente aceitável. Entretanto, a derrota de hoje para o Sport, por 2 a 0, na Ilha do Retiro, não deve ser considerada um fato normal, haja vista que o Coritiba simplesmente não foi sequer adversário para o bom time pernambucano. Associado a isso, o time alviverde encara a quarta partida sem vencer na Série B, o que é primordial para quem aspira a uma das vagas para a Primeira Divisão do Brasileirão.
Tal qual a famosa "crônica da morte anunciada", o Coritiba, que por insistência do técnico Paulo Bonamigo, entra em campo com Egídio e Jackson, nomes que vêm tirando o sono da torcida alviverde. O resultado dessa insistência não demora a ter resultado. Perdido em campo, o Coxa é bombardeado pelos donos da casa e logo com seis minutos Wellington manda o cartão de visitas, exigindo uma boa intervenção de Artur.
Um pouco atônito, o alviverde tenta dar uma cadenciada no jogo, mas os sucessivos erros de passes sempre colocam a equipe em situação de contra-ataques, deixando Henrique e Batatais com o "abacaxi" para descascar.
Apesar dos pesares, o Coritiba estava segurando o empate na virada do primeiro tempo, quando Egídio aprontou uma das suas. Em um lance isolado, o volante fez uma falta desnecessária. A bola foi alçada na área e Jadílson, livre de marcação, precisou bater duas vezes para abrir o marcador.
O gol deixou o time coxa-branca mais ataboalhado do que já estava. Nem o intervalo foi suficiente para dar uma acalmada na equipe, que voltara ainda pior. Com exceções de alguns lances isolados, o ataque paranaense pouco produziu, fazendo do goleiro Magrão apenas um mero espectador.
Enquanto isso, o Sport ia gostando cada vez mais do jogo, que não demorou a marcar o segundo gol. Após um cruzamento despretencioso, Artur saiu mal do gol e permitiu a antecipação de Jadílson, que fez o segundo dele e o segundo do jogo, para a festa da torcida do Leão da Ilha.
Bonamigo ainda tentou dar um novo gás com as entradas de Hugo, que estreava com a camisa alviverde, Edu Sales e Guilherme. Contudo, a tarde não era do Coritiba, que não conseguiu produzir mais nada de útil. O resultado era satisfatório para os donos da casa, que foram tocando o réquiem do Coxa até o final.
Sinal amarelo
A derrota deve acender o sinal amarelo no Alto da Glória. O outrora líder da competição teve um declínio incrível, preocupando a torcida, passando para a terceira colocação. Em 12 pontos disputados nessa segunda fase, o alviverde marcou apenas um, no empate contra a Portuguesa de Desportos, em que poderia ter saído do Canindé com uma goleada. As fracas exibições de hoje, contra o Brasiliense (cuja derrota custou 24 jogos de invencibilidade dentro do Couto Pereira) e contra o Guarani não devem ser encaradas como normais.
Terça-feira, contra o São Raimundo, poderá ser um recomeço para o Coritiba. A ordem é vencer. Um tropeço pode marcar o fim da lua-de-mel entre time e torcida, que vem apioando o Coritiba de forma excepcional, e – batam na madeira – um aviso que a vaga para a elite do ano que vem possa estar ameaçada.