A agência de classificação de risco Standard & Poors elevou nesta terça-feira (22) de Grupo 6 para Grupo 5, a avaliação de risco-país da indústria bancária brasileira. Essa ação reflete o momento favorável do ambiente monetário e de investimentos no Brasil, além de uma melhora na estrutura competitiva da indústria bancária do País.
Em comunicado, a agência disse que o ambiente operacional tem se beneficiado da melhora na gestão de risco do setor nos últimos anos, bem como do aprimoramento na transparência e das melhores práticas de governança adotadas pelos bancos controlados pelo governo, os quais representam cerca de 40% dos ativos bancários brasileiros. "Os bancos permaneceram rentáveis em um ambiente macroeconômico de menor volatilidade, caracterizado por taxas de juros mais baixas e menos voláteis. Os maiores bancos brasileiros melhoraram sua eficiência operacional (quando comparada a de seus pares internacionais) e também seus processos de concessão de crédito", afirmou a S&P.
Um grande risco que ainda prevalece para o setor em geral no Brasil, segundo a agência, é a elevada exposição ao governo e ao setor público. "O risco de um default por parte do governo soberano recuou, conforme refletido na recente elevação dos ratings (notas) de crédito soberano do Brasil (o rating em moeda estrangeira passou para BB+ e em moeda local para BBB). A estrutura macroeconômica do Brasil agora é mais consistente e sua melhor estrutura de dívida é menos vulnerável às oscilações nas taxas de câmbio e de juros. No entanto, a dívida líquida do governo geral e a carga de juros permanecem elevadas, os altos gastos correntes do governo restringem a flexibilidade orçamentária, e os obstáculos estruturais continuam limitando investimentos e crescimento no País", disse a agência.
De acordo com a classificação de risco-país da Standard & Poors para a indústria bancária, o Brasil apresenta um perfil de risco menor que o de outros grandes países da América do Sul, exceto o do Chile. A S&P explicou que a avaliação de risco do setor bancário (BICRA – Bank Industry Country Risk Assessment) reflete os aspectos fortes e fracos de um sistema bancário de um país em relação ao de outros. "A classificação do BICRA compreende 10 grupos, que variam de "Grupo 1" (sistemas bancários mais fortes sob a perspectiva de risco-país) a "Grupo 10" (sistemas bancários mais fracos). Outros países que também estão no Grupo 5 são o Kuwait, o México, a Eslováquia e a África do Sul.