Os títulos do governo brasileiro poderão demorar ainda cinco anos para atingirem o grau de investimento, conforme avaliação dos analistas de risco soberano e finanças públicas da agência de classificação de risco Standard & Poor’s. Em palestra para jornalistas nesta quarta-feira (29), David Beers, diretor gerente de rating soberano internacional, e Lisa Schineller, diretora de risco soberano na América Latina, mostraram que outros países como México e África do Sul demoraram períodos semelhantes para atingir o chamado grau de investimento, que no critério da S&P é a classificação BBB. Atualmente, o Brasil está dois graus abaixo ou BB.

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A presidente da Standard & Poor’s no Brasil, Regina Nunes, contemporizou observando que esse prazo pode ser antecipado dependendo de medidas a serem implementadas pelo governo federal.

Já Lisa, que é responsável direta pela análise dos títulos do tesouro brasileiro, ressaltou que apesar das melhorias nos últimos anos, os encargos da dívida pública do Brasil ainda são muito elevados. "A relação dívida/PIB e os custos financeiros da dívida do governo brasileiro estão em patamares muito piores do que outros países com os quais o Brasil normalmente é comparado" assinalou Lisa. Na sua avaliação, o peso dos juros, representando cerca de 20% da receita tributária do governo, "é muito alto".

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