O ex-ministro Ciro Gomes disse hoje que é contrário à indicação do próprio nome como vice na chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reeleição no pleito de outubro. "Sou contra o meu nome", comentou em Santos, a exemplo do que pensam alguns setores do PT e do PMDB. Não respondeu, no entanto, se aceitaria a indicação caso fosse convidado.
O plano de Ciro é de se eleger deputado federal pelo Ceará e colaborar "para o êxito de uma possível candidatura do presidente Lula". Disse que o cargo de vice é de estrita confiança do presidente da República. "Se Lula ouvisse um palpite meu, deveria reconduzir o atual vice-presidente José Alencar por todos os seus méritos", sugeriu. "Se, por alguma razão, ele não quiser ou não puder ser o vice, o que se impõe até a exaustão é o esforço para incorporar uma aliança com o PMDB." Caso nenhuma alternativa funcione, ele propõe nomes como o do ex-ministro das Ciências e Tecnologias, Eduardo Campos (PSB), e o do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB).
Ciro se mostrou preocupado com as eleições. "Se deixarmos os políticos e suas superficialidades mandarem na política, vamos ver esse choque de saber o que é mais grave: o mensalão ou os vestidos da primeira-dama". Ao lado do pré-candidato do PSB à presidência, o advogado Sérgio Sérvulo da Cunha, Ciro Gomes defendeu que os candidatos definam o compromisso com uma agenda objetiva em torno de três reformas, a tributária, a da previdenciária e a política. "A não equação desses três problemas constitui um câncer em metástase no destino nacional.