Uma sonda em órbita de Marte enviou à Terra novas evidências da presença de água no planeta vermelho, que vêm se somar a outras provas, que se acumulam ao longo dos anos. A existência de água elevaria a probabilidade de haver formas de vida, ainda que primitivas, ali. Imagens geradas pela câmera a bordo da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) mostram linhas alternadas de rocha clara e escura em um gigantesco vale marciano. Nesses depósitos há diversas fraturas, chamadas juntas, que são cercadas por "halos" de leito rochoso de cor clara, segundo pesquisadores da Universidade do Arizona.

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Essas descobertas, publicadas na edição desta semana da revista Science, também estão sendo apresentadas na reunião anual da Sociedade Americana para o Progresso da Ciência (AAAS), que ocorre em San Francisco. O principal autor do estudo, Chris H. Okubo, afirma que os halos indicam áreas por onde fluidos, provavelmente água, passaram pelo leito rochoso. Minerais no fluido fortalecem e embranquecem a rocha, disse ele, tornando-a mais resistente à erosão do que outras áreas.

"Na Terra, o alvejamento de uma rocha ao redor de uma fratura é sinal claro de interações químicas entre fluidos que circulam na fratura e a rocha hospedeira", dizem Okubo e o co-autor Alfred S. McEwen, no artigo da Science.

Os pesquisadores especulam ainda que protuberâncias, ajustadas em camadas, podem indicar ciclos de deposição de material pela atividade da água, do vento ou de vulcões. Em dezembro de 2006, cientistas já haviam anunciado que episódios de fluxo de água podem ocorrer, até hoje, na superfície de Marte. Imagens da sonda Mars Global Surveyor (MGS) mostram mudanças em crateras que fornecem a melhor evidência, até agora, de que água passou por esses locais há pouco tempo.

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