O empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, apontado pelo Ministério Público como mandante do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, admitiu à CPI dos Bingos, na madrugada de hoje, que sua versão para o crime é confusa e imprecisa. Negou, porém, qualquer envolvimento no seqüestro e na morte do prefeito. "Se a história parece estranha, confusa, faltando coisas, é a verdade que tenho", disse aos senadores, no fim do depoimento.

continua após a publicidade

Sombra reconheceu que errou ao dizer à polícia que Celso Daniel vestia calça bege quando foi seqüestrado. O prefeito estava de jeans. "Não sei por que na hora do depoimento achei que ele estava de calça bege. Não presto atenção nas roupas das pessoas", justificou, sem convencer os senadores. Admitiu também que fez um retrato falado "mal feito" dos seqüestradores, embora todos mostrassem os rostos. Celso Daniel foi levado quando estava em uma Pajero blindada, dirigida por Sombra.

O senador Magno Malta (PL-ES) propôs acareação entre Sombra e os seqüestradores presos. Também apresentou requerimento para acareação de Sombra com os empresários da área de transporte Rosângela Gabrilli e Ronan Pinto. Rosângela denunciou esquema de cobrança de propina para concessões das linhas de ônibus de Santo André e envolveu, além de Sombra, Ronan Pinto e o ex-secretário de Serviços Municipais Klinger de Oliveira Souza.

Sombra, que presta serviços de segurança, tinha uma arma no carro e pratica capoeira e lutas marciais, foi muito cobrado na CPI por não ter reagido. Ele chorou e respondeu: "Fiz o que foi possível".

continua após a publicidade