Apagão é uma palavra que causa arrepios tanto no presidente da República quanto em seus auxiliares mais diretos, especialmente os do setor de produção e distribuição de energia elétrica. Na verdade, deve-se reconhecer o esforço do governo para evitar que haja o racionamento de energia, hoje prenunciado por muita gente lá para o final da década.
O suprimento da demanda estaria garantido, segundo o governo, com o início das usinas Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, já em agosto, em função do regime hidrológico. Caso contrário, as cheias só permitirão o início das obras em 2008.
A situação é tão delicada que, se o Ibama não conceder a permissão até o final do mês, o governo vai apelar para o plano B. É dado como certo que no próximo leilão de energia, marcado para 26 de junho, o governo pretende aumentar a contratação de energia térmica produzida a partir de carvão mineral, óleo combustível/diesel e gás natural.
Já em 2001, a alternativa do governo era aumentar a oferta de eletricidade por meio do Programa Prioritário de Termoelétricas (PPT), movidas a gás natural. O problema é que a maioria das usinas planejadas ficou no papel, e as que foram concluídas produzem aquém da capacidade por falta de combustível.