O presidente da Federação Internacional dos Controladores de Tráfego Aéreo (Ifatca), Marc Baumgartner, criticou a atitude do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação à crise nos aeroportos brasileiros e alertou que qualquer medida anunciada para solucionar os problemas a curto prazo ?não resolverá os obstáculos que a aviação no Brasil enfrenta?. ?Uma solução definitiva só será encontrada quando houver uma estratégia que inclua uma gradual transformação do controle militar ao civil na aviação comercial brasileira. Esse processo irá levar entre sete e oito anos.? Baumgartner acompanha de perto a evolução da polêmica envolvendo o setor aéreo brasileiro desde o choque entre o Legacy e o avião da Gol, em 2006.

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?Não adianta o governo prometer que irá dar uma solução definitiva até a Páscoa, pedir uma data, prazo ou algo do gênero. Não resolve. O que a população precisa saber é qual a estratégia que será adotada para modernizar o sistema. Caso contrário, os problemas voltarão a ocorrer em alguns meses?, afirmou Baumgartner. Segundo ele, ?o que o País precisa é rever todo o seu sistema aéreo, a infra-estrutura dos aeroportos e suas políticas para o setor?.

Os especialistas no exterior apontam que a decisão do Brasil de manter o controle aéreo em mãos militares impede que agências internacionais criadas nas últimas décadas tenham possibilidade de criar acordos de cooperação com o País. Uma delas é a Organização dos Serviços de Navegação da Aviação Civil (Canso), com sede na Holanda, que tem estabelecido acordos entre mais de 50 países para o desenvolvimento de uma coordenação nos sistemas de navegação dos vários continentes. O Brasil, por ter um sistema militar, não pode fazer parte do esquema de cooperação.

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