Soldado baleado no Haiti chega ao Rio

O 1º tenente do Exército Nelson Dias Leoni, integrante da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, chegou hoje (12) ao Rio, onde mora, três semanas depois de ter sido baleado em Porto Príncipe. Ele está internado no Hospital Central do Exército (HCE) e seu estado é bom. O militar, que tem 26 anos, se disse "muito feliz" por estar no Brasil. "Principalmente por ter sobrevivido, porque eu quase fui embora", ressaltou.

Leoni desembarcou no aeroporto internacional Tom Jobim às 8h15. Ele veio transportado num avião de carreira e seguiu direto para o HCE. O tenente foi levado primeiro para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) coronariana porque os médicos precisavam avaliar a extensão do ferimento em seu ombro esquerdo.

A bala, de fuzil, rompeu nervos da região e, por isso, Leoni está sem os movimentos do braço esquerdo. Nada que o desanime. "Estou muito bem e sendo examinado por bons médicos. Sofri sete atos cirúrgicos e sei que no futuro vou mexer o braço. Estou muito feliz por estar aqui com minha família", afirmou. Ele será submetido a mais uma cirurgia, ainda não marcada.

O militar acredita que foi vítima de bala perdida. "Não fomos atacados. O tiro me pegou por acaso, até porque mais de 3.600 brasileiros passaram pelo Haiti e não há registros de outros brasileiros feridos nessas circunstâncias", disse. "Isso poderia ter acontecido no Rio de Janeiro ou em qualquer outro lugar". Leoni já participou de missões do Exército em favelas do Rio: o Complexo Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, e a Rocinha, em São Conrado.

Nascido em Santa Catarina, Leoni serve no 26º Batalhão de Infantaria Pára-Quedista, no Rio. O embarque para o Haiti foi no início do mês de junho. No dia 22, por volta das 15 horas, ele voltava de um patrulhamento quando passou pela favela Cité Soleil, em Porto Príncipe.

O veículo em que estava foi alvejado por integrantes de uma gangue e um dos disparos atingiu o tenente. Os bandidos fugiram.

Leoni foi internado na capital do Haiti e, em seguida, transferido para um hospital em Santo Domingo, na República Dominicana. A mulher dele, Erika Cristina Leoni, que é fisioterapeuta, foi até lá acompanhar seu tratamento e agora está a seu lado no HCE.

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