Apesar do forte estímulo à expansão do cultivo da cana-de-açúcar em função da prometida cornucópia do etanol, os produtores de soja mostram-se seguros e satisfeitos com a atividade. Acima de tudo, porque depois de sucessivas frustrações, voltaram a ganhar dinheiro.
Por enquanto, bafejados pela recuperação das cotações da oleaginosa no mercado internacional, os sojicultores não se sentiram atraídos pela substituição das lavouras pela cana-de-açúcar, como ocorreu com produtores de algodão e laranja.
A consultoria MB Associados fez as contas e concluiu que a rentabilidade da soja é maior que a da cana-de-açúcar. Por exemplo, no Paraná, um hectare de soja garante ao produtor o lucro líquido de R$ 582, ao passo que na média da região centro-sul, o lucro da cana é de R$ 78.
No ano agrícola 2006/07 a produção de cana chegou a 426 milhões de toneladas, e a de soja a 56,9 milhões de toneladas, faturando, respectivamente, R$ 18,4 bilhões e R$ 22,6 bilhões.
As estimativas do Ministério da Agricultura para a próxima safra são de 470 milhões de toneladas (cana) e 59,5 milhões de toneladas (soja). Transformando em dinheiro, teremos R$ 20,6 bilhões (cana) e R$ 26,4 bilhões (soja), repetindo a vantagem jamais perdida pela oleaginosa em relação à cana, desde 1999.
No Paraná, segundo a Secretaria da Agricultura, o avanço da cana dar-se-á sobre áreas de pastagem, feijão e mandioca, nas terras arenosas da região noroeste.