Uma delegação de autoridades chinesas da província de Jilin visitou nesta segunda-feira (13) o Paraná interessada na compra da soja convencional produzida no Estado. O vice-governador da Província, Lin Yanzhi, declarou que o governo chinês está bastante preocupado com o consumo de produtos transgênicos no país por temer efeitos nocivos à saúde no futuro. Além da compra da soja, eles se mostraram bastante interessados na cooperação técnico-produtiva entre os dois países.
A China importou no ano passado 7 milhões de toneladas de soja, principalmente dos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Também nesta segunda-feira, os chineses estiveram no Porto de Paranaguá onde ficaram bastante impressionados com a capacidade e a organização do terminal.
Na Assembléia Legislativa, foram recepcionados pelos deputados Elton Welter (PT), presidente do bloco agropecuário, e Luciana Rafagnin (PT), presidente da Comissão de Agricultura, Indústria, Comércio, Turismo e Mercosul, além do representante da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Wilson Thiesen, e do diretor-executivo da Câmara de Comércio Internacional Brasil-China, José Carlos Bom de Oliveira.
Durante a reunião, foram expostos vários números relativos à agricultura paranaense, onde 70% da produção vem de pequenos e médios produtores. Yanzi elogiou a capacidade de produção de soja no Paraná ? 3 toneladas por hectare ? sendo o estado com maior produtividade do Brasil. Eles souberam que a porcentagem da soja transgênica plantada no estado é de menos de 1% e questionaram o fato do Brasil vender soja transgênica e consumir a soja convencional.
Além do interesse em comprar a soja convencional paranaense, os chineses declararam o interesse em estabelecer um acordo de cooperação na área de pesquisas, troca de maquinários e fertilizantes por soja e também falaram da possibilidade da compra de sementes ou até mesmo de terras para o plantio no Paraná.
Esta foi a primeira visita da delegação de Jilin ao estado e empolgou tanto a classe política quanto o setor produtivo. ?Estamos bastante otimistas com esta visita e acreditamos na aproximação entre Paraná e China?, declarou Welter. Já Thiesen, que estava representado os produtores paranaenses, declarou que o maior interesse do setor produtivo é abertura de mercado e que eles estão abertos à cooperação entre o estado e a China.
Além de Curitiba e Paranaguá, os chineses já estiveram em Foz do Iguaçu, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e depois do Paraná devem seguir para a Argentina.