Software nacional quer sociedade do BNDES para vender para EUA

A meta fixada pelo governo federal para que o setor de software nacional alcance exportações de US$ 2 bilhões por ano até 2008 foi a alavanca para a criação do Núcleo de Exportação de Tecnologia de Software (Nextpar). Maior holding do setor no Brasil, a Nextpar busca agora a participação acionária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para viabilizar exportações para os Estados Unidos.

O presidente do Conselho da Nextpar, Neissan Monadjem, informou hoje à Agência Brasil que a holding já entregou ao BNDES o plano de negócios da sua entrada como sócia no projeto de constituição de uma empresa nos Estados Unidos que irá concentrar o esforço de exportação de software para aquele mercado.

Monadjem esclareceu que a idéia é que o BNDES participe, no primeiro momento, como investidor da nova empresa. Na segunda etapa, depois de vencidos os primeiros desafios, a Nextpar poderá oferecer ações no mercado aberto.

Por influência do banco, as empresas fundadoras do consórcio Nextpar evoluíram para a formação de uma holding, que concentrará o interesse de todos os sócios e dará à instituição um peso mais forte no mercado norte-americano. Das 10 empresas que iniciaram a composição da Nextpar, cinco já incorporaram a holding. As demais têm até o dia 17 de março para exercer essa opção, sem pagamento de ágio na compra das ações.

A expectativa de Monadjem é de que a holding brasileira, por intermédio da empresa que será criada nos Estados Unidos, responda em cinco anos por exportações superiores a US$ 200 milhões. Isso representará 10% da receita projetada pelo governo para os embarques brasileiros do setor até 2008.

Atualmente, o Brasil exporta entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões por ano. "Como outros países já conseguiram aumentos substanciais rapidamente, nós achamos que o Brasil pode também alcançar um aumento na exportação de software, se souber se posicionar bem no mercado comprador", disse Monadjem.

O setor de software foi incluído pelo governo federal entre suas áreas prioritárias. As conquistas feitas nesse campo pela Índia, que elevou a pauta de exportação para mais de U$10 bilhões anuais com softwares, podem servir de inspiração ao Brasil, acredita Monadjem. Ele disse, inclusive, que o Brasil pode até exceder esse número, a médio prazo, devido ao seu potencial.

Ele advertiu, porém, que para isso os produtores brasileiros devem buscar um nicho diferente das empresas indianas. "É o que a Nextpar está buscando: agregar valor, colocando conhecimento de negócios do Brasil no mercado bancário americano", disse.

As cinco empresas que já incorporaram sua participação na Nextpar geram cerca de 10 mil empregos. O faturamento anual das 10 empresas do grupo fundador da holding é de US$ 450 milhões, o que equivale hoje a R$ 1,3 bilhão. A fatia de exportação ainda é muito pequena, correspondendo a menos de 10% do faturamento, e a meta é elevar a venda externa.

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