A semana promete lances de grande ressonância em torno da discussão e votação da MP 232, o papelucho encaminhado pelo presidente Lula ao Congresso Nacional, nas últimas horas do ano passado.
A ocasião era propícia, na avaliação dos assessores do Planalto, para manter abaixo da linha d?água, sem
marolas, a estratégia de aliviar a correção de 10% concedida sobre as tabelas do Imposto de Renda, mas elevando de 32% para 40%, em contrapartida, o índice de cálculo do imposto de renda sobre lucro presumido e prestação de serviços.
Ledo engano, já que a estratégia acabou configurando mais uma das proverbiais inabilidades do governo – uma estranha obsessão – e a imediata reação nacional desencadeada pelo Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, primeira entidade a bradar contra o apetite de piranha da Receita Federal.
O presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti, cumpriu o dever de informar ao presidente Lula que a medida não passa do jeito que está, e esta é a presunção de nove entre dez empresários, dirigentes classistas e prestadores de serviços.
Segundo Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a medida é ruim e antipática. Daí a pronta manifestação da sociedade agredida pela saturação do crescimento da carga tributária.
Ao governo, para não sofrer outra derrota anunciada, resta o caminho da negociação para modificar o texto da medida provisória, ou seu simples cancelamento.
