Dois atacantes suicidas detonaram explosivos que carregavam ao corpo no meio de uma multidão de peregrinos xiitas que se dirigiam para um santuário ao sul de Bagdá, matando pelo menos cem pessoas e ferindo cerca de 160. Os dois homens vestindo cintos com explosivos se misturaram entre peregrinos que se aproximavam de um posto de checagem antes de uma ponte em Hilla, cerca de 95 km ao sul de Bagdá. O primeiro homem-bomba se explodiu, matando dezenas e provocando uma correria de peregrinos para longe da ponte. O segundo homem-bomba estava entre os que correram – e quando a multidão aumentou, ele também se explodiu.
O médico Mohammed al-Temimi, do principal hospital de Hilla, disse que alguns dos feridos estavam em condições críticas, e que o número de mortos deve aumentar. O sangrento ataque foi apenas um de vários outros ocorridos hoje na região central do Iraque contra fiéis xiitas a caminho de um santuário em Kerbala para celebrações no fim de semana. Pelo menos 24 pessoas morreram nos outros ataques. Oito foram mortos no bairro bagdali de Dora, quando atiradores dispararam contra o miniônibus em que viajavam.
Este fim de semana multidões de fiéis xiitas participarão de rituais em Kerbala marcando o fim do período de 40 dias de luto pela morte do Imã Hussein, o neto do profeta Maomé, que morreu nas proximidades da cidade numa famosa batalha no século 7. Os ataques contra os peregrinos ocorreram no dia em que o Exército dos Estados Unidos anunciou a morte de nove de seus soldados na segunda-feira, num dos dias mais mortíferos para as tropas americanas no Iraque em quase um mês.
Seis soldados foram mortos na explosão de uma bomba perto de veículos em que estavam durante uma operação de combate na província de Salahuddin. Três outros ficaram feridos. Outros três soldados americanos morreram na província de Diyala por causa da explosão de uma bomba de beira de estrada. Trata-se do pior dia para os soldados americanos no Iraque desde 7 de fevereiro, quando 11 militares dos EUA perderam a vida – sete no abatimento de um helicóptero e quatro em operações de combate.
As baixas, ocorridas ontem, elevam a 3.184 o número de soldados americanos mortos no Iraque desde março de 2003, quando forças estrangeiras lideradas pelos EUA invadiram o país árabe em busca de armas de destruição em massa que nunca vieram a ser encontradas.