Brasília (AE) – Subiu para 4.376 o número de animais abatidos no extremo sul de Mato Grosso do Sul, onde há confirmação de 22 focos de febre aftosa, mostra levantamento do Ministério da Agricultura e da Agência Estadual de Defesa Sanitária e Vegetal (Iagro) divulgado hoje (9). A estimativa é que 20.000 animais terão de ser sacrificados.
Por determinação do Iagro, o sacrifício dos animais foi acelerado para evitar a propagação do vírus. Até o começo da semana, duas equipes de três pessoas cada faziam o trabalho de sacrificar animais. Agora são quatro grupos.
Hoje (9), o vice-presidente da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), Wilson Roberto de Sá, admitiu que a paralisação dos fiscais agropecuários pode ir além do previsto inicialmente. A idéia da categoria era manter a paralisação até próxima segunda-feira. "Nossa expectativa era chegar, nesse prazo, a uma posição que atendesse às partes", afirmou. Ele disse, no entanto, que o Ministério do Planejamento não apresentou nenhuma proposta.
Os fiscais reivindicam aumento salarial, realização de concurso público, isonomia entre ativos, aposentados e pensionistas e fim do contingenciamento dos recursos orçamentários da Secretaria de Defesa Agropecuária. São 13 os níveis da carreira, com salários entre R$ 2.800 e R$ 4.021. O pedido é para esses valores sejam corrigidos para R$ 4.140 e R$ 5.900, respectivamente. "A situação atual aponta para essa direção (de continuidade da greve)", afirmou.
Ele calculou que, dos 2.700 fiscais da ativa, 810 técnicos não aderiram ao movimento para o atendimento básico. Esses fiscais estão trabalhando em ações de combate e controle da febre aftosa, gripe aviária, portos, aeroportos, postos de fronteira e na liberação de produtos perecíveis, mas em número reduzido.
De acordo com ele, uma granja de Cascavel (PR), que abate 150 mil aves por dia, terá prejuízo de R$ 800 mil por dia quando sua capacidade de estocagem estiver saturada. "Os prejuízos diários cairão para R$ 200 mil depois que a greve acabar", calculou.