Situação no Iraque é “grave e perigosa”, conclui comissão

A situação no Iraque é "grave e perigosa" depois de mais de três anos de guerra, advertiu hoje uma comissão bipartidária de estudos, adiantando ao presidente americano, George W. Bush, que ele não tem saídas fáceis no país árabe. Ao receber as conclusões do Grupo de Estudo do Iraque, Bush prometeu agir "de forma oportuna" e reconheceu a repórteres que o grupo fez "duras avaliações" das condições no Iraque.

O relatório da comissão advertiu que "não existe uma fórmula mágica" para a situação, disseram autoridades que leram o estudo e que pediram para não serem identificadas, já que o trabalho só será divulgado ao público depois que for apresentado a líderes do Congresso. Membros do grupo, cujo relatório consumiu oito meses de trabalho, reuniram-se com Bush na Casa Branca pouco antes do almoço nesta quarta-feira (06).

O grupo teria recomendado uma mudança gradual da missão das tropas dos Estados Unidos no Iraque com o foco deslocando-se do combate para o treinamento e o apoio a unidades iraquianas com o objetivo de retirar as forças de combate americanas a partir de 2008. Também haveria a sugestão de concentrar o foco nos esforços diplomáticos e buscar um maior engajamento dos vizinhos do Iraque na busca de estabilização do país – incluindo o Irã e Síria, considerados Estados párias pela administração Bush.

Colapso

O grupo advertiu ainda que, se a situação continuar se deteriorando, existe o risco de ela "entrar num caos que pode provocar o colapso do governo do Iraque e uma catástrofe humanitária. "Países vizinhos poderiam intervir. A estatura global dos EUA seria comprometida. Os americanos poderiam ficar ainda mais polarizados", acrescentaram os autores.

Além disso, o grupo afirmou haver a necessidade de um comprometimento renovado e sustentado dos EUA com uma paz abrangente entre árabes e israelenses em todas as frentes: Líbano, Síria e a promessa de junho de 2002 de Bush, quando foi proposta a solução de dois Estados para Israel e Palestina. Bush tem rejeitado estabelecer um cronograma para a retirada de tropas e diz que não está procurando "nenhum tipo de saída graciosa do Iraque".

Segundo o jornal The Washington Post, a comissão também recomendou a Bush que ameace reduzir o apoio militar e econômico ao governo do Iraque caso ele não cumpra metas estabelecidas de melhoria na segurança. O Grupo de Estudo do Iraque – formado por cinco republicanos e cinco democratas – é liderado pelo amigo da família Bush e ex-secretário de Estado republicano James Baker e pelo ex-congressista democrata Lee Hamilton.

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