Sistema Fiep, Sesi e Unindus lançam curso de ergonomia

O Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), através da Universidade da Indústria (Unindus) e do Serviço Social da Indústria (Sesi), em parceria com a Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar), inicia nesta sexta-feira (09) o Curso de Pós-Graduação em Ergonomia. 

O curso é um dos únicos do País reconhecido pela Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo) e tem como diferencial o fato de atender a profissionais de diversas áreas, sem exigência de formação em áreas da saúde, por exemplo. A primeira turma do curso é composta por 40 alunos, de áreas como educação física, enfermagem, medicina do trabalho, fisioterapia e engenharia do trabalho. Alguns dos participantes são funcionários de empresas como Brasil Telecom, Atlas, Correios e Sanepar, que desejam aperfeiçoar o quadro de colaboradores especialistas em ergonomia.

A procura por esse tipo de profissional vem sendo intensificada em função do aumento no registro de doenças ocupacionais e acidentes no trabalho. ?A necessidade de profissionais que saibam monitorar riscos laborais aumentou devido ao crescente uso de maquinários de alta tecnologia?, afirma o diretor executivo do Sesi Paraná, José Antonio Fares. Segundo ele, os equipamentos modernos exigem avaliação mais intensa dos verdadeiros riscos que os trabalhadores estão expostos. É aí que entram os profissionais de ergonomia.

Para o diretor da Unindus, Marcos Mueller Schlemm, a união da entidade com o Sesi cumpre o objetivo de formar, em cursos de nível superior, competências para a indústria. ?Nesse sentido o curso pretende passar a função principal da ergonomia, que é melhorar as condições de trabalho e proporcionar o bem estar do trabalhador, evitando riscos para sua saúde física e psicológica?, afirma.

Diferenciais

Outro diferencial do curso é a participação do Sesi Paraná que entrará com toda sua expertise na área. Um dos módulos do curso é o Modelo Sesi de Ação Ergonômica, com duração de 30 horas. Nesse módulo, os alunos conhecerão como o Sesi trabalha a ergonomia dentro das indústrias. ?O objetivo é mostrar como a teoria é aplicada na prática e levar isso para as empresas, através dos projetos que os alunos do curso vão desenvolver nas diversas atividades industriais?, afirma Roberto Costacurta, coordenador da área de lazer do Sesi Paraná ? responsável pela gestão de atividades físicas levadas às empresas.

O know how do Sesi Paraná no assunto está no produto que oferece para as empresas, o Ergoativa. O serviço faz parte do processo de gestão da atividade física do Sesi e está baseado nas exigências da Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho e Emprego. A Norma estabelece parâmetros para a adaptação das condições de trabalho ao perfil psicofisiológico do trabalhador, de forma que ele tenha conforto, segurança e desempenho eficiente.

O produto do Sesi foi desenvolvido para ajudar as indústrias a cumprirem a obrigatoriedade de realizar a análise ergonômica do trabalho e aplicar as melhorias para se adequar à NR17. O Ergoativa, disponível a todas as indústrias do Estado, faz essa avaliação através de dois check lists  e compreende também palestras de conscientização e capacitação, vistorias dos postos de trabalho e acompanhamento do processo com a implantação das melhorias necessárias.

Estatísticas

Dados da Human Factors and Ergonomics Society (HFES), demonstram que a ergonomia reduz em mais de 70% o índice de doenças e acidentes de trabalho, em empresas americanas que aplicam o conceito.

No Brasil, embora não se tenha número real, cresce o número de empresas que aplicam conceitos de ergonomia através de profissionais qualificados. Isso porque já percebem que a ergonomia é uma importante ferramenta para reduzir gastos e ampliar a produtividade e competitividade.

Os dados estatísticos que envolvem o assunto revelam que sem as medidas necessárias as conseqüências podem impactar não só na vida dos funcionários, mas também no bolso dos empresários. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) nos últimos 20 anos foram registrados mais de 80 mil óbitos diretamente relacionados ao trabalho – mais de 12 mortes por dia, o que coloca o País na quarta posição no ranking mundial de óbitos no local de trabalho. O Brasil está entre os 15 países do mundo com mais acidentes no trabalho.

O montante gasto com acidentes e doenças ocupacionais corresponde a cerca de 4% do Produto Bruto do mundo (PIB). Os prejuízos diretos e indiretos atingem a média anual de R$ 22 bilhões.

Outros dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que 1,1 milhão de trabalhadores morre, por ano, vítimas de acidentes e doenças do trabalho. Essa estatística ultrapassa a média anual de mortes em acidentes de trânsito, guerras, violência e Aids.

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