Terminou esta tarde, no Ministério do trabalho, a reunião em que governo e sindicalistas discutiram um reajuste no valor do salário mínimo para o ano de 2007. Como já era esperado por todos os participantes, o encontro não foi conclusivo, e uma nova reunião foi marcada para a próxima quinta-feira. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o governo espera encontrar um ponto de equilíbrio entre a capacidade de caixa da União e as reivindicações dos trabalhadores de um reajuste do mínimo para R$ 420,00 e uma correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física de 7,7%.
Marinho disse que, na reunião de hoje, houve apenas a entrega da pauta de reivindicações pelos dirigentes das centrais sindicais. "Vamos começar efetivamente as negociações na próxima reunião, na quinta-feira", informou o ministro. Ele disse que os dois lados trabalharão para fechar um acordo ainda neste ano.
O ministro destacou que, com os dois pontos reivindicados pelos sindicalistas, o governo quer discutir uma política permanente de reajuste do salário mínimo para os próximos anos, "considerando o impacto de cada real nas despesas da Previdência." Segundo Marinho, embora não se tenha discutido hoje valores para o salário mínimo, para o governo, o ponto de partida da negociação é o valor de R$ 367,00. "Vamos buscar um ponto de equilíbrio para ter garantia de investimento. Precisamos conduzir a economia para um crescimento maior", disse Marinho.
Previdência
O ministro da Previdência Social, Nelson Machado, informou esta tarde que, para cada R$ 1,00 de reajuste no valor do salário mínimo, há um impacto na Previdência Social de R$ 200 milhões por ano. Segundo Machado, o governo está analisando as possibilidades orçamentárias para definir o reajuste do salário mínimo. Segundo ele, é importante calcular o impacto que têm nas contas da Previdência e nos gastos públicos o reajuste, para que haja investimentos na economia.
"A política do governo Lula é de crescimento real do salário mínimo, mas há um limite, porque precisamos de recursos para investimentos, para que a economia possa crescer mais e, assim, aumentar o número de empregos com carteira assinada", argumentou o ministro da Previdência. Ele disse ainda que a intenção do governo é a de fechar uma política permanente de reajuste do salário mínimo que possa ser incluída na elaboração do Próximo Plano Plurianual (PPA).