Uma central sindical mundial unificada deverá ser criada a partir da junção das duas maiores centrais sindicais existentes na atualidade: a Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres (Ciosl) e a Confederação Mundial do Trabalho (CMT). Os debates para a criação da nova central sindical ocorreram durante o 4º Fórum Sindical Mundial, um encontro paralelo ao 5º Fórum Social Mundial em Porto Alegre.
Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, um dos participantes do fórum sindical, "a criação de uma central internacional unificada é muito importante" num momento em que o mundo enfrenta graves problemas sociais.
Para o ministro Luiz Dulci, chefe da Secretaria-geral da Presidência da República, que discursou no encontro de sindicalistas, a busca da unificação tem que ocorrer através de um "processo" e não a partir de decisões burocráticas de cúpula. "Nós sabemos que a unificação só é consistente e duradoura quando ela se dá através de um processo e não por decisões administrativas", disse. "Podemos potencializar ainda mais a luta por uma nova ordem econômica e política mundial através dessa aliança internacional que também luta contra a pobreza e a fome."
De acordo com o secretário-geral adjunto da Confederação Mundial do Trabalho (CMT), Eduardo Esteves, o movimento sindical mundial deve lutar por mais empregos em uma sociedade centrada no trabalho com respeito à pessoa humana. "As estruturas sindicais ainda são muito tradicionais e não estão conseguindo se adaptar naturalmente às mudanças e a todas as categorias de trabalhadores no mundo. Estamos em Porto Alegre para tentar discutir ações e buscar os caminhos para alcançar este mundo novo, diferente, mais justo e mais humano que acreditamos ser possível para construir uma sociedade civil capaz de mudar o mundo".