O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Tráfego Aéreo do Rio, Jorge Botelho, advertiu que a população está sendo colocada em risco, por causa da postura da Aeronáutica de pressionar os controladores de vôo nos interrogatórios do Inquérito Policial Militar (IPM) aberto para investigar o motim de 30 de março.
?O problema maior é que muitos deles saem do interrogatório completamente abalados e são obrigados a assumir seus postos nas mesas de controle de tráfego aéreo, colocando em suas mãos a vida das pessoas. O risco de acontecer uma tragédia é muito grande?, afirmou Botelho.
Ele acrescentou que ?teme pelo que possa acontecer?. ?E aí não adianta dizer que não houve um aviso.? A Aeronáutica informou que conduz o IPM dentro das formalidades que o inquérito exige e em nenhum momento houve comprometimento da segurança de vôo.
Botelho disse estar ?muito preocupado? com o estado emocional dos sargentos-controladores. ?As ameaças têm sido enormes nos interrogatórios e o ambiente nos Cindactas está muito pesado.? Ele ressaltou que há também preocupação com o fato de a Polícia Federal pedir o indiciamento de três sargentos que estavam monitorando o vôo Legacy que se chocou com o Boeing da Gol, em 29 de setembro, no maior acidente aéreo da história do Brasil, quando 154 pessoas morreram.
O sindicalista defende que, com os militares, seja usado o mesmo procedimento de funcionários civis. Ou seja, enquanto eles estiverem sob investigação, devem ficar afastados do trabalho. A FAB não se pronunciou sobre afastamentos.