Sindicato do crime

Um grupo de parlamentares da CPI do Tráfico de Armas, liderados pelo presidente Moroni Torgan (PFL-CE), foi ouvir o depoimento de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, nas dependências do Presídio de Presidente Bernardes, na região oeste do estado de São Paulo, sobre a onda de ataques e rebeliões desfechada pelo PCC em meados de maio.

A princípio marcado para acontecer no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, o depoimento foi ouvido na prisão, diante dos rumores de um atentado contra as instalações do Poder Judiciário. Inquirido sobre o tema, Marcola responsabilizou os inimigos do PCC pela tentativa de conturbação do ambiente.

O depoimento foi secreto e somente será conhecido em seu inteiro teor quando o relatório final da CPI for aprovado. Mas o pouco que os deputados aceitaram revelar à imprensa bastou para formar juízo de valor sobre os princípios organizacionais e ideológicos desse legítimo sindicato do crime em funcionamento no Brasil.

Marcola é mesmo o líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC) e já sabe quem será o sucessor, pois confessou estar jurado de morte pela própria facção e por uma quadrilha rival. O novo líder será Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, seu braço direito também preso em Presidente Bernardes, de onde foi dada a ordem via celular para suspender os ataques externos e rebeliões de presos.

O fato ocorreu no dia 14 de maio, concedeu Marcola, no mesmo dia que a advogada Iracema Vasciveo esteve com ele na penitenciária. O bandido não admitiu, porém, que o fim dos ataques se deveu a um acordo com o governo estadual. Sobre a atuação de advogados na defesa de elementos do PCC (120 mil presos e 500 mil soltos), Marcola disse que muitos tiveram os cursos pagos pela organização que atua em rede tanto no crime quanto na proteção dos ?soldados? e seus familiares, mediante sofisticado sistema de previdência.

Agora se poderá compreender melhor a essência da expressão ?crime organizado?…

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