"Ou reagimos, ou perecemos", afirmou nesta quinta-feira (3) o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em discurso que fez no plenário, defendendo novamente a realização de uma "Operação Mãos Limpas" no Brasil contra o crime organizado e os crimes de colarinho branco como ocorreu na Itália, onde centenas de empresários, parlamentares, juízes e funcionários públicos foram para a cadeia por envolvimento com mafiosos.
No discurso, distribuído à imprensa por sua assessoria, Simon lembrou que há 10 anos vieram ao Brasil, por iniciativa dele, os procuradores italianos responsáveis pela "Operação Mãos Limpas" e lançou um apelo às instituições: "Ou o governo, o Congresso e o Judiciário tomam providências para reverter o descrédito em que as instituições vivem hoje perante a sociedade, ou corremos o risco de o povo acabar por legitimar a ação de um salvador da pátria qualquer ou, pior, de um totalitarismo que prometa segurança.
O senador observou que, no Brasil, "o pobre não conhece a Justiça, apenas a polícia", e a ausência do Estado e dos serviços públicos como saúde, educação e segurança nas zonas pobres e miseráveis abre espaço para o aliciamento de jovens pelo narcotráfico e milícias." Simon disse que, nessa situação de carência extrema, "a população passa a não acreditar nas instituições quando nota que as autoridades que deveriam aplicar a lei, como os juízes, também aparecem implicados com o crime organizado".
"É preciso retomar a ética e acabar com a impunidade, essa chaga que mantém longe da cadeia os criminosos ricos, enquanto reserva aos pobres o rigor da lei", afirmou o senador do PMDB.