O cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fábio Wanderley Reis, afirmou hoje que o silêncio da nova direção do PT com relação à revelação do relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de que o mensalão contou com recursos do Banco do Brasil, é o reconhecimento de mais uma fragilidade em toda essa crise. "Até o momento, a direção do PT não se pronunciou a esse respeito, eles podem estar querendo agir com prudência, mas acredito que é também um reconhecimento de mais um fator de fragilidade em toda essa crise", destacou.

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Para o professor da UFMG, a informação do relator da CPI dos Correios é grave na medida em que derruba a tese defendida até o momento pelo empresário Marcos Valério e pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, de que os recursos que alimentaram o caixa 2 eram provenientes de empréstimos. "Essa é a primeira revelação mais clara de que os recursos foram de uma empresa pública", emendou. Apesar disso, Fábio Wanderley acredita que para a opinião pública, o impacto não será tão forte como poderia ter sido há algum tempo. "Há um certo cansaço generalizado da opinião pública sobre esse assunto e vivemos uma espécie de anticlímax."

O cientista político destaca também que se para a opinião pública a crise provocada pelas denúncias do mensalão já não está produzindo o mesmo impacto de meses atrás, para a oposição a revelação do deputado Osmar Serraglio é uma "grande munição". Fábio Wanderley acredita que essa informação vai "acirrar os ânimos da oposição e trazer ainda mais problemas para o governo".

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