A assinatura do acordo integra o calendário da Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade. O documento reconhece que ainda existem ambientes degradantes na base da cadeia, o que deixa sem amparo um grande número de trabalhadores. Ao lado do minério de ferro, o carvão é uma das principais matérias primas do ferro gusa, exportado para países desenvolvidos para ser usado na produção de aço. O carvão é oriundo de carvoarias que queimam madeira da floresta nativa. É nessa etapa da cadeia produtiva que o trabalho escravo é utilizado.
?A maioria (dos trabalhadores) tem que cumprir uma jornada imensa de trabalho, entre 10 horas a 14 horas de trabalho por dia, sem qualquer equipamento de proteção como luvas, botas. Não tem carteira assinada, assistência médica, previdência. A alimentação é péssima, o sistema de transporte de um município a outro é extremamente inseguro, então é o que é de pior em termos de forma de trabalho existente?, observou o diretor do Instituto Observatório Social, Odilon Faccio. A entidade fez um levantamento sobre o quadro do trabalho escravo na cadeia produtiva do aço.
Também assinaram o acordo representantes do Sindicato da Indústria do Ferro Gusa do Estado do Maranhão (Sifema), dos institutos Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Observatório Social e Carvão Cidadão, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos e da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). ?Quando você atua na ponta da cadeia, onde chegam os produtos finais, e coloca a condição de eliminação do trabalho escravo como condição para fazer parte da cadeia, condição comercial, o resultado é imediato?, destacou o presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew.
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