Foto por: Jewel Samad
Um espetacular show, tendo a colombiana Shakira como principal destaque, sacudiu o estádio Orlando de Soweto nesta quinta-feira, na festa de abertura da Copa do Mundo da África do Sul.
Vestida com um collant preto e branco e balançando o quadril, Shakira levantou o estádio Orlando com “Waka Waka”, a música oficial da Copa de 2010, após lembrar sucessos como “Hips don’t lie”, em referência ao Mundial da Alemanha-2006.
Black Eyed Peas abriu o espetáculo com seu sucesso “Pump it”, antes de emendar o célebre “I’ve got a feeling”.
O colombiano Juanes interpretou “Tengo la camisa negra”, no show que também apresentou artistas como Alicia Keys, estrelas africanas como Angélique Kidjo, de Benin, e Amadou e Mariam, do Mali.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, abriu a festa afirmando que o “futebol liga as pessoas”.
Em seguida, foi a vez de o presidente sul-africano, Jacob Zuma, exaltar o país que recebe a mais importante competição do esporte mundial.
“A África do Sul é cool”, exclamou o chefe de Estado em certa altura do discurso. Zuma quebrou o protocolo também com a vestimenta. Usava uma echarpe coloridíssima em alusão à bandeira deste que é o primeiro país do continente africano a receber o Mundial.
“África do Sul é o lugar! África do Sul é rock! É genial!” – disse Zuma, de 65 anos, para o delírio das 35 mil pessoas no estádio. “A África está mostrando que é capaz”.
O primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, foi lembrado em um série de imagens no estádio, onde o prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu, com seus 78 anos, manifestou sua felicidade por ver a África do Sul como sede de uma Copa do Mundo.
“Queremos dizer ao mundo que esta lagarta feia que éramos transformou-se em uma bela borboleta”, declarou Tutu, em referência ao fim do ‘apartheid’.
Milhares de pessoas vestidas com as cores ouro e verde dos ‘Bafana Bafana’, a seleção nacional, lotaram o estádio Orlando, onde se viam bandeiras de todas as seleções da Copa.
Pacificamente, brancos e negros curtiram a festa juntos no Estádio Orlando, que fica no Soweto, bairro que se tornou símbolo da luta contra o apartheid.
Uma figura carimbada desta Copa não conseguiu entrar no estádio: a vuvuzela. Capaz de fazer um barulho mais potente do que o de um helicóptero, amada por uns, odiada por (muitos) outros, a corneta, dizem os organizadores da abertura, atrapalharia a música.
A cerimônia, transmitida para o mundo inteiro, foi encerrada com todos os artistas sobre o palco, à espera da bola rolar nesta sexta-feira, no estádio Soccer City, na partida entre África do Sul e México.
Como nem tudo é festa, no outro lado do país houve uma pequena confusão, a segunda na África do Sul com feridos antes de a bola efetivamente rolar. Esta última foi na Cidade do Cabo, onde três se feriram durante a inauguração de um parque em razão da Copa do Mundo. O incidente aconteceu, ironicamente, onde o pacifista Nelson Mandela fez, em 1990, o primeiro discurso como homem livre.
Apesar dos esforços inegáveis (40 mil policiais extras e investimento pesado), houve o registro de vários incidentes, inclusive com jornalistas. Quatro chineses foram vítimas de um assalto a mão armada na quarta-feira. Por experiência igualmente desagradável passaram jornalistas portugueses e espanhóis, que ficaram sem dinheiro e passaporte.
