Telefonemas foram feitos, nesta segunda-feira, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), a líderes na Casa, antes do início da reunião para discutir a permanência dele no cargo, com o objetivo de explicar a própria versão das denúncias do suposto "mensalinho".
O líder do PV na Câmara, Marcelo Ortiz (SP), foi um dos que receberam a ligação quando se dirigia para um encontro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, na capital paulista.
Ortiz afirmou que Severino lhe telefonou para dizer que não tinha nada a ver com os escândalos divulgados neste fim de semana.
"Severino disse que eu era um deputado de bom senso e queria que eu soubesse dos fatos pela sua boca", disse, após um encontro na OAB.
Apesar de a oposição pedir o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados da função até que se concluam as investigações, o líder do PV na Câmara dos Deputados disse que é preciso agir com cautela para não se cometer nenhuma injustiça.
"Em 45 anos de advocacia, jamais afirmei algo sem provas ", afirmou, destacando, contudo, que é preciso apurar todos os fatos envolvendo Severino.
Já o deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), integrante do Movimento Brasil Verdade, que reúne parlamentares de vários partidos em torno do "compromisso com a ética e o bem comum", entende que é preciso que o presidente da Câmara se afaste do cargo.
"Não acredito que ele peça esta licença, mas faremos pressão política para que isto ocorra. O afastamento dele é fundamental para apurar todos os fatos que o envolvem", considerou.
Tanto Guerra como Ortiz afirmaram acreditar, contudo, que o escândalo envolvendo Severino pode também ter a finalidade de desviar o foco do governo.
"Se o foco for desviado, é lamentável porque desgasta ainda mais o Legislativo, que é o espelho do povo brasileiro", disse o deputado do PSDB de Minas Gerais.
Para o líder do PV na Câmara, "é interesse do Executivo desestabilizar a Casa". Ortiz insistiu na necessidade de cautela neste caso.
